O tempo vai passando, os anos correndo... e eu me sentindo sempre mais e mas diferente. Surpreendo-me com essas mudanças, as vezes! É como se fosse e não fosse, difícil mesmo de entender. Já critiquei orkut, e tenho um. Critiquei ouvintes do "novo samba" e adoro Roberta Sá. Falei mal das "escovadas" e "chapadas" e estou quase uma delas. Critiquei blogs e tenho um. Eu mudo, mas que as outras pessoas, talvez. Mudo meus gostos, meu paladar, minha aparência. Mudanças banais e mudanças dolorosas. Mudei de volta pra casa, e essa mudança talvez tenha sido menos radical porem muito mais difícil e dolorosa que outras. Depois de sete anos de "vida individual", o "coletivo" está sendo de difícil assimilação.
Pensei sempre escolher minhas mudanças e descubro, já grande e pra lá de crescida, que talvez não tenha sido tão simples assim. Mudanças de humor constantes, entre outras coisas, me levaram a um diagnóstico estranho e familiar. Só agora recomeço a encontrar onde estou, o que é meu, o que eu preciso ou não. Eu, essa pessoa que aqui escreve, que tem leitores desconhecidos... eu Patrícia Aguiar, figurinista, artista, criativa... sou só eu.

Pois é. Vesti meu campo de futebol e desci a Men de Sá como se nada de anormal estivesse acontecendo. Maninha com um vestido hornamentado com flores de borracha e um mega girasol, com plumas laranjas, me acompanhava na caminhada blasé até o Circo Voador.
Festa a fantasia já é divertida, mas a Festa do Baco tem as melhores e mais engraçadas fantasias, tem as pessoas da Escola de Belas Artes (afinal, a festa é "nossa"), tem música pra dançar como só se dança em um Baco.
Difícil explicar. Só indo, vendo, vivendo aquilo tudo pra entender. O lugar não poderia ser melhor. O Circo tem um clima único, é inpossível não se divertir ou não se sentir feliz lá dentro.

Essa foi a minha fantasia feita com maior rapidez. Uma noite de insônia e a lembrança de uma saia verde longa que se transformaria perfeitamente em campo de futebol. Bola dente-de-leite comprada, cortada ao meio, e colada na saia. Fita adesiva pra marcar as linhas perto do gol (não sei os nomes técnicos pra essas marcações, os aficionados em futebol que me perdoem!) e pronto.
Meu medo real era ser chama de bola murcha ou coisa parecida! Mas não. Me senti o próprio Maracanã! Os caras só faltavam pedir pra vestir! Adoraram! E os comentários foram dos mais engraçados, tipo: "o seu campo é pra quantos jogadores?"ou "tá batendo um bolão em!".

Baco festivo e renovador. Ótimo. Dançante. Fantasias hilárias, como a de um cara barbudão com um vestido de Branca de Neve, um de Laranja Mecânica que me deu um medo danado, o Bono Vox... a galera é muito criativa.
Agora é começar a pensar na do ano que vem!

Cerimonia de casamento mais legal que já assisti. Festa de casamento mais "regada" que já fui. Comidinhas mais gostosas que já comi. Doces mais deliciosos que já provei. Bolo mais bem cortado que já vi. Lembrancinhas mais personalizadas que já ganhei. Noiva menos conhecida e noivo completamente mais desconhecido que já vi casar!
Não, não era penetra. Já tinha visto a noiva uma única vez. E como minha irmã não está namorando, fui ser o casal dela!

"'Arte', no italiano antigo, significava ofício, mister, profissão. (...) Entretanto, alguns estudiosos defendem outra interpretação para a palavra arte. Afirmam que o seu principal significado é o de 'habilidade especial', ou seja, capacidade e talentos específicos para determinado trabalho ou função."

Resgatei meus textos de História do Teatro e, entre eles, os de commedia dell'arte, que, no sexto ou sétimo período, quando cometi a insanidade de pegar nove matérias, e não matérias simples e leves, mas de conteúdo intenso, volumoso e exigente, entre elas Corte e Montagem III, que tive que costurar uma roupinha de época infernalmente trabalhosa, Arte no Brasil II, que era ótima, mas com textos e mais textos, Folclore II, também ótima, mas de pesquisa trabalhosa e a bendita História do Teatro I, com textos e mais textos e mais textos... na véspera da entrega do trabalho final, desesperada e com uma montanha de xerox, não dei conta sozinha e, minha boa e gentil irmã, fez a parte sobre commedia dell'arte pra mim! Trabalho entregue mas... o que aprendi desse período do teatro eram os vistos em aula. Agora, alguns bons anos depois e por motivo um tanto quanto inusitado, finalmente leio estes textos, estes e todos os outros que encontrei na caixa abarrotada de xerox acumulada em cinco anos de Fundão.
Leio e penso: "Como podia não adorar História do Teatro?" E me respondo lembrando que não dava tempo. Amava tão enlouquecidamente as aulas de História da Arte e Arte no Brasil que não sobrava tempo pra degustar com devido apresso a História do Teatro. Pois, já que o tempo não se finda, leio e admiro agora. Nunca é tarde pro encantamento.

E não amanhece, não amanhece... insônia é pior que cólica, pior que dor de cabeça. Insônia não se compara a dor, só a vasio.
Já deitei. Ouvi música. Abrasei o Guardião - não, infelizmente não é um homem que me "guarda", é um macaquinho de pelúcia. Virei pra um lado. Virei pro outro. De bruços. De barriga pra cima... Nada. O sono não veio. Penso em possíveis fantasias pra Festa do Baco e tudo piora. Não tenho uma boa ideia pra esse ano. Mesmo que tivesse não tenho dinheiro, o que não seria problema, já que sempre me virei com o que tinha de mais barato, nem tempo pra bolar e construir uma boa fantasia. Aí sim, ansiedade total, então é que o sono não viria mesmo.
É. Aí sento aqui e fico lendo coisas inúteis, escrevendo coisas inúteis. Pelo menos não faz frio.
Será que horas tem amanhecido? Creio que só pelas 5:30, 6hs.
Tenho coisas pra estudar mas, além da falta de vontade de dormir, também impera a falta de vontade estudar. Então... então fico aqui, escrevendo coisas pra pessoas que nem sei quem são lerem. Minha vida pública na internet!

meu mundo

essa sou eu. cada curva de linha enrolada nesta garrafa. cada dobradura em papel colorido pendurado como móbile. sou eu cada um desses pincéis e lápis. essa foto sou eu.