26.4.08

Ganhar presente fora de época, longe de aniversário, Natal ou qualquer data que se espere por um, é sempre bom.
Ganhar um cd que não vende em qualquer lugar - mas precisamente, que não vende em nenhuma loja do Rio ou em qualquer de São Paulo - um cd que se idolatra por apenas duas músicas disponíveis na internet, pelas críticas feitas a banda, é muito melhor.
Ganhar o cd de quem ouve músicas muito diferentes das gravadas nele, de um amigo que se ama muito, e se briga, e discute, e mora longe, e sente saudade...

O Nando quase mandou trazer Autochocador da Argentina pra mim, só pra mim.
Pois é, essa é minha idolatria atual, bandas independentes argentinas e, fora uma única loja em São Paulo, pra tê-los só comprando em Buenos Aires, ou pela bendita de adorada internet. E foi por ela que o Nando, lindo, fofo, querido, comprou pra mim o ultimo cd do Jaime Sin Tierra, que eu definiria como o Los Hermanos da Argentina, sem as barbas!

Gostar de música independente já tem lá suas dificuldades e eu, pra complicar o já complicado, nessa angustia incessante de ser autentica e original, encontrei em minhas andanças o Estamos Felices e, adorei quase tudo. Progrido, e muito, com a ajuda dos amigos. O lindo, querido e fofo Nando (tenho que repetir sempre os elogios já que, ele mesmo confessou, fez isso por mim pra ser paparicado por, pelo menos, quatro anos!!!) me deu o Autochocador, do Jaime Sin Tierra e, Marquim, desfrutando certeiramente da boa sorte que tem nos concursos públicos, vai a Buenos Aires em maio e me trará os também últimos cds do Bicicletas e do Coiffeur.

Entonces en futuro solo voy hablar español

17.4.08

Alguém pode me dizer como se faz pra não emprestar o caderno pra um chato xerocar sem ser absolutamente grosseira? E como pedir pro mesmo inconveniente parar de te encostar porque você não gosta de ser tocada por pessoas estranhas?

Eu não só não gosto, eu detesto que me encostem, detesto que falem comigo colocando a mão no meu ombro, ou que cheguem muito perto, ou que me peçam o caderno emprestado as vésperas da prova com a desculpa de que ficou prestando atenção e não copiou.

Prestando atenção o caralho! Eu presto atenção e copio, vai treinar a mão e o ouvido, que merda e é essa de um ou outro? Essa aula é chata pra caralho e mesmo assim eu anoto ferozmente das 7:30 na manhã as 9 e tal.
Se vira!

É, mas, na tentativa de uma boa política de convivência, faço cara de "putaquepariu", mas empresto.
Tento convencer do contrário: minha letra é ruim, o que não é verdade, tá muito bagunçado e você não vai entender nada, minhas anotações só fazem sentido pra mim...
De nada adianta. Por isso eu faço um apelo desesperado: como me livro da mala educada e definitivamente???


*****um viva pra Carla, a mais corajosa do momento!!!

11.4.08

Todo dia, às 17:15, da minha casa ouve-se os gritos frenéticos das crianças que estudam na escola municipal alí na praça. Depois de aproximadamente 4 anos aqui, já sei as horas sem precisar de ponteiros. Às 7 e as 17 o moço do pão passa buzinando. Às 9 o caminhão de gás (que me preocupa, afinal, por que alguém nessa rua ainda não tem gás encanado?) com um grito insuportável de "ô gás!!!". Às 17:15 o último alarme do dia, a hora da saída da escola. O que me impressiona é o fato de não ser possível ouvir o sinal sonoro, mas o grito de felicidade das crianças pelo termino da atividade escolar daquele dia.
Ir a escola é ruim. Foi ruim pra mim e continua sendo ruim pra essas crianças. Não tô dizendo que estudar é ruim, é chato, não ruim. Bom é aprender, mas pra isso somos institucionalizados, presos em salas com carteiras enfileiradas e temerosos pela prova que um dia irá chegar.
Estudo na Faculdade de Educação. Um prédio inteiro, um corpo docente e uma estrutura formada pra que? Ler Paulo Freire não vai fazer de nós uma nova geração de professores motivados e capacitados a não permitir que o sinal de 17:15 seja o mais esperado do dia. Me pergunto se realmente quero ser professora. Mesmo a disciplina de artes sendo menos "quadrada" que outras, trabalhar em escola é institucionalizar-me novamente. Tenho medo de me enquadrar tanto que, ao sinal das 17:15, eu grite e comemore junto, ou mais, que as crianças.