10.2.07

Foram muitos, mas já esquecidos, os anos em que xinguei estrangeiros desavisados que pensavam ser Buenos Aires nossa capital e que declarei repúdio à Argentina e aos argentinos sem ao menos conhece-los.
A primeira impressão é Posadas. Uh! Não gosto de cidade pequena mas, que belo sorvete de amendoas vocês fazem! Peraí. Pizza de calabresa com salame? Como gosta de sal essa gente! Mas... vamos proseguir, quero ver sua capital.
Uma noite inteira no ônibus. Nunca tinha estado tanto tempo em um. Nem ouso somar todas as horas desta viagem passadas dentro dele, desanimo em pensar, em lembrar as marcas roxas nas pernas, o frio do ar-condicionado, etc.
Pronto. Estamos em Buenos Aires. Bela cidade. Linda. Maravilhosa. Transpira história em todas as esquinas. Todos esses prédios lindos, conservados, limpos. A cidade é limpa, como jamais imaginei, tem um transporte público precário , também como jamais imaginei e um povo não muito educado, arredio a brasileiros, como sempre imaginei.
"Eles fazem o melhor sorvete que já tomei na vida!", pensava naqueles momentos.
Se já gosto de me perder pelas ruas do Rio, imagine em Buenos Aires!!! Mapa na bolsa de chita, que fez o maior sucesso por lá (me sentia com uma roupa típica, tipo uma japonesa de quimono!), e vamos bater perna pela Av. Corrientes, entrar na Rua Florida, andar perdida e chegar no relógio inglês da Praça San Martin, querendo encontrar a Casa Rodasa, que está do lado oposto. Caminhar até a Praça de Mayo e se deslumbrar com o portico da Catedral, com a imensidão da fachada da, então encontrada, Casa Rosada... como é bonito. "Eles tem várias Cinelândias!" observava certeiramente Maninha. É isso. Eles tem várias Ruas do Ouvidor também, só que todas limpas e bem conservadas. Tem o Puerto Madero, a Recoleta, Palermo, La Boca...
Dá vontade ficar lá pra sempre. Deixar o portunhol de lado e aprender a falar español de verdade. Comer medias-lunas, muitos alfajores, tomar muitos e enormes helados de almendras.
Não quero ir embora, posso ficar?