27.6.16

Nada além de pessimismo

Rolo as fotos do Instagram... Muitas legendas declarando amor à vida, muitas... Eu me pergunto de onde vem isso? De onde se tira essa motivação, essa empolgação pra amar isso aqui?

Por que continuar insistindo se tudo te indica que dará errado? Pra que continuar tentando? Como podem achar boa essa sucessão de sofrimentos? Não é possível que seja ruim só pra mim.

17.6.16

Enquanto um calor estranho me toma o estômago imagino se ele pensa em mim ou não... Penso o quanto essa história sem romance pode ter um futuro... Penso que não deveria nunca mais mandar mensagens com qualquer sinal de carinho que seja... Penso que é bom gostar dele de novo mas é ruim gostar dele de novo... Penso ainda que minha presença pouco significativa pode ser fácil e rapidamente substituída... Penso diálogos que não chegaram a existir e talvez nunca se materializem fora da minha cabeça... Penso que aproveitar sem pensar no depois talvez não seja pra mim... e por fim, penso que nesta merda de vida eu posso ser aquela que não existe sem expectativas.

13.6.16

Dos longos amores reencarnados.

Ele me liga todos os dias. T O D O S O S D I A S.
Me chama se "sua linda", "meu bem" e "meu amor". Mas ele chama todos de meu bem...
Ele manda mensagens dizendo onde está, ou de onde está chegando.
Manda foto pra eu ver o corte de cabelo, foto dos gatos, foto do museu que foi visitar.
Ele quer saber o que eu faço, mas sabe que não me controla, ninguém me controla.
Pergunta pela minha dissertação, se mostra interessado com o que eu opino.
Ele me abraça quando aparece um barbudo vindo pela calçada.
Fala com intonação de ciumes quando digo que passei o dia na rua.
As demonstrações de afeto em público são raras.
Eu me reservo. Não sei o que me espera. Não sei.
É fácil gostar dele de novo, muito fácil pra mim. Ele sabe e joga com isso.
Nos falamos todos os dia, a um mês.
Mas eu não sei se ele sente algo por mim. Minha insegurança não deixa.
Eu gosto dele, não sei esconder. Ele sabe. Ele sempre soube.
Ele sabia que a hora que decidisse me querer eu estaria aqui.
Eu, com as esperanças já perdidas depois de 6 anos, ainda imaginava o mesmo beijo na nuca.
Ou o beijo que nunca.
E é com as ligações diárias e o abraço apertado no meio da madrugada espremida em uma cama de solteiro que eu me pergunto se, por bondade divina, esse amor poderia ser, um dia, recíproco.