10.11.10

Eu me apaixono pelos caras errados, ou nem me apaixono? Hoje foi um dia ruim e mandei mensagem pedindo abraço. Eu sou tola, estranha, escrota. Eu só queria um abraço e não tinha pra quem pedir. Um dia ruim. Ele vai deixando de gostar de mim e eu acho isso bom. Acho bom e mando mensagem pedindo abraço? “Você ta dando esperanças”. “Eu to te dando esperanças, porque não quero que você as tenha”. “Não se preocupe porque você sempre foi muito clara ao dizer que não gosta mais de mim”. Me senti dura, cruel. Eu não gosto. Gostei muito e agora não gosto. Cinco anos são de 25 pra 30 e sou praticamente outra. Agora não consigo gostar de novo, e acho que mereço alguém que não morra de rir quando queimo a mão ou diga bem feito quando conto que passei mal por beber coisas que não sei o que eram. Eu mereço mais.
Tenho vontade escrever até meus dedos ficarem dormentes de bater nessas teclas pretas. Eu sou estranha e não devo ficar repetindo isso. Eu tenho um professor que legitima o meu trabalho e isso me faz ser uma pessoa estranha legitimada, entende? Ele faz coisas que a maioria das pessoas considera estranhas, leia-se performaces, e diz que o que eu faço é bom. Se ele diz que é bom eu saio da aula acreditando que é bom. Na aula seguinte já volto a ser a garota estranha.
Meus dedos racham. Aversão ao toque me fez ter dedos que não podem tocar outras pessoas, podem, mas eu não toco. São ásperos. Não quero ser uma pessoa áspera, não mais, mas não tenho paciência com gente que ta sempre muuuito bem. Ninguém pode ta sempre muuuito bem, tem sempre um dia que se acorda só bem.
Não quero mais ser estranha.