28.12.09

O que virá depois do indie?

Eu penso mais coisas ruins do que boas, mas não sei como pensar coisas boas.
“Tem que transformar as lágrimas em luz, em brilho, alegria...” Mas como se faz isso? Eu choro mais do que todas as pessoas que eu conheço e fico insatisfeita com uma facilidade imperdoável. A psicanálise me diz que é ruim pra todo mundo e eu tenho que aprender o melhor caminho pra minha “convivência com o mundo”, os amigos dizem que é frescura, a religião que é uma entidade chorona e eu digo que sou estranha.
O ano acabou e eu passei por ele me perguntando “o que eu fiz de errado?”. O horizonte parecia tão brilhante alguns passos atrás...
E sem saber se as coisas são boas ou ruins, vou fazendo o balanço final:
esse ano eu aprendi que não tenho estrutura pra trabalhar em favela e, por isso, fiquei sem estágio e sem um emprego que deixaria minha conta no banco e o meu currículo felizes. Esse ano eu emagreci 17 quilos e descobri que não posso comer doces porque eles são, pra mim, como cachaça para um alcoólatra e pó pra um cheirador. Esse ano eu só cortei o cabelo uma vez e raspei a perna um zilhão de vezes! Me tornei nerd na faculdade, descobri a arte contemporânea graças ao curso de fundamentação do Parque Lage, montei o www.flickr.com/patricia_aguiar e uma nano-empresa carnavalesca com umas amigas, me apaixonei como a muito não acontecia e descobri que ficar sempre sozinha não é tão divertido e independente quanto eu imaginava.
Agora, enquanto faço meu novo exercício diário de pensar coisas boas, continuo escutando esses mesmo tipo de música que se ramifica em vários (indie-rock, indie-pop, indie-folck) e penso o que será “bom” depois que o indie passar?