25.11.06

Chego a pensar que não é uma pessoa. Como pula pelo palco assim? Como se joga no chão e no mesmo instante já está de pé? Não pode ser, Arnaldo Antunes não é humano, é um boneco manipulado (e encantado) que tem uma voz indescritível e uma poesia que faz rir, pensar e chorar com a mesma força.
Minha melhor renovação musical dos ultimos tempos.
Se joga pelo palco com um fugirino perfeito de Marcelo Sommer. Olha dentro de nos cantando "debaixo d agua" e dá um abraço de amigo sorridente e suado com o trabalho bem feito.
Show impecável. Projeções ipnotizantes, camarim lotado e uns olhos verde/azuis que eu sequer sabia que ele tinha.
Obrigada mais uma vez. Obrigada pelo show lindo, intenso, com dois bis e abraço apertado no camarim.

18.11.06

:-)))

No Odeon, a minha sala de cinema preferida de todas em que já entrei na vida, sentada no meu lugar favorito, na parte mais altinha, que tem uma grade, que dá pra apoiar os pés e ficar muito mais confortável. Cinema lotado, os dois andares abertos para o público. Começa... toda a minha expectativa é pelo segundo curta da seção, "A Décima Vez". Minutos depois... "Agora!!! Vai começar!!!". Só três, quatro minutos que pareceram meia hora. Olhava aquela tela enorme e lembrava dos lugares onde comprei ou consegui emprestado cada uma daquelas peças, dos ajustes que foram feitos, do dia inteiro de filmagem, das piadas, das fotos, do Rafael (Raposo, ator principal do filme) cantarolando Noel Rosa pelo set e reclamando, mas brincando, porque o sapato estava apertado, da parede de papelão de Daniele, dos objetos de cena que foram comprados na feira de antigüidades da Praça XV, das idas aos brechós mais requintados ou remelentos, do cansaço às 2 da manhã desarrumando o set, da sensação de dever cumprido num dos dias mais felizes da minha vida. Agora estava tudo ali. Toda aquela gente vendo em poucos minutos o nosso trabalho. Uma equipe de nem sei quantas pessoas com muita disposição e quase nenhum dinheiro... "Os créditos!!!". As letras vão subindo... Figurino Patrícia Aguiar ... "Meu nome! Uhu! O melhor!!! Muito bom!!!". Eu e Daniele fizemos um coro, assim como acontecia ao final de cada curta, suas produções se manifestavam mais, gritavam e aplaudiam com furor, essa foi a nossa vez!
Como uma estreia? Não, diferente. Cada trabalho é um, mas cinema é grande de mais, é mágico de mais, é bonito de mais!

* * * * * *

Depois de ver meu nome e meu trabalho na telona, de assistir a muuuuitos outros filmes tão ou não tão legais... Lapa com Mani! Aí, então, eu vejo a Érika.

Você sabe o que é ter um ídolo? Alguém que você admira muuuito por alguma coisa que ela faça? Então! Aí você imagina que um dia vai falar muitas coisas pra ele(a), conversar, ver que ele é ídolo e real!? Pois é. A Érika, ex vocalista da Penélope, é uma dessas pessoas pra mim. Ela é linda, estilosa, era vocalista da banda que eu mais gostei por muitos anos da minha vida além de autora e interprete da minha "música mulher forte" (Mi casa, su casa). É, não sei se isso é comum, mais eu tenho uma música que me coloca pra cima em qualquer situação, se eu estiver triste fico feliz e se estiver feliz fico ainda mais feliz. É como um "mantra" pros momentos que percebo que estou forte, ou que preciso de força.
Essa não foi a primeira vez que a vi. Num show case na Fnac tirei fotos, ela autografou os cds, coisa e tal. Mas ontem, estávamos eu e Maninha ali, na Lapa, no lugar de sempre, tomando cerveja, fazendo dobraduras com os flyers e sentindo que o verão já está chegando ao Rio quando vejo a Érika! Demorei muito pra ter coragem de falar com ela. Carioca é muito blasé! Fica todo mundo nessa de "olha aquela, daquela banda! Olha o marido dela, do Autoramas!" mas continua todo mundo fazendo pose de "é normal ser famoso"! Demorei, demorei, pensei, fiz um barquinho de flyer, lembrei de Carla, que consegue ser fã/amiga dos seus ídolos com uma facilidade admirável, criei coragem e fui!
Dei o barquinho pra ela! Disse que era fã, ela elogiou meu cordão, disse que sou criativa... então trocamos um tantinho de palavras que pra mim pareceram um grande e lindo diálogo!!! Voltei ao encontro de Mani e fiquei feliz por ter sido tão boba e sincera, por ter não só visto como falado com a Érika, ter agradecido pela Penélope ter existido, ter perguntado do cd...!
Então a rua voltou a ser um pré-verão carioca, assuntos quaisquer, pessoas de sempre, pessoas novas... quando vejo a Érika vindo passando com os amigos por perto de onde estávamos. Tá. Tá nada! Ela falou TCHAU COMIGO e disse que O BARQUINHO ESTAVA GUARDADO, mostrando a bolsa!
Pra mim não parece, mas foi real. Acordei hoje e lembrei que ontem a Érika falou comigo, não mais eu com ela! E fiquei feliz.

15.11.06

Não tenho uma máquina digital, nem um computador de última geração. Tenho um Mp3 porque ganhei e nem colocar as músicas sozinha nele eu sei. Só falo português e escrevo muito mal em espanhol. Gasto meu dinheiro com coisas úteis pra mim e inúteis pra outros. Tenho mais doenças, dores e zicziras que as pessoas da minha idade costumam ter. Vivo esperando o dia em que poderei morar sozinha e ficar em silencio por quanto tempo quiser.
Sou estranha e gosto de ser. Tenho um blog mundano, sem aspirações políticas ou pretensões sociais. Detesto sentir dor ou medo mais adoro fazer tatuagens. Tenho ouvido novos álbuns de cantores que até pouco tempo julgava ruim e agora planejo idas a shows. Escrevo frases soltas e publico pra pessoas que nem sei quem são lerem, ou não, escrevo no meu caderno quadriculado e fecho a capa.

É o que pulsa o meu sangue quente
É o que faz meu animal ser gente
É o meu compasso mais civilizado e controlado
Estou deixando o ar me respirar
Bebendo água pra lubrificar
Mirando a mente em algo producente
Meu alvo é a paz
Vou carregar de tudo vida afora
Marcas de amor, de luto e espora
Deixo alegria e dor ao ir embora

11.11.06

No colégio, lá pelo segundo, terceiro ano, minha fama era de "vai à todas as festas e sabe da vida de todo mundo". Realmente, eu ia a todas as festas que podia (cidade pequena não tem muitas!) e adorava as fofocas de quem ficou com quem. Os meninos da minha turma que eram meus amigos, ou seja, que assim como eu sentavam no fundo da sala, eram odiados pelos professores e eram colocados com certa regularidade pra fora de sala, me sacaneavam muito porque toda segunda vinha alguém me perguntas quem tinha pegado quem naquele final de semana e geralmente eu sabia! Era como um balcão de informações sobre as pegações do colégio!!! rs
Aí na faculdade virei Gami (pois é, Clarice jurava que eu parecia com aquela cozinheira rechonchuda do desenho dos Ursinhos Gammy), a menina cheia de pulseiras coloridas que fazia bolsas e falava muito, muito mais que todas as outras pessoas durante as aulas, exceto as de História da Arte! Eu era "a agitada". Falava, falava, falava...
Agora no trabalho, acabo de perceber que sou "a menina que vai a quase todas as coisas que são de graça"! E vou mesmo!
Minha chefe foi uma atriz de teatro bem famosa, não fazia televisão, então o povo não a conhece, mas ela conhece o "mundinho" todo e por isso sempre, sempre mesmo, recebe convites pra estreias de peças badaladas, lançamento de livros, abertura de exposições, etc. Mas sempre diz que não tem mais saco pra isso, que não gosta mais de sair de casa à noite, que sei lá o que, sei lá o que... Aí um dia, antes de jogar um convite pra abertura da exposição do Di Cavalcanti no lixo, me perguntou se eu queria ir. CLARO QUE QUERO! A partir daí, quase todos os convites que ela recebe chegam as minhas mãos. Semana passada assisti um espetáculo de dança contemporânea maravilhoso. Ontem fui, levando Mani a tira-colo, à uma reestreia vip dos vips da peça "E agora o que eu faço com o pernil?". Nome estranho, engraçado, esquisito pra uma peça muito engraçada. Mas voltando aos vips... Tinham fotógrafos da Caras enlouquecidos com celebridades das mais variadas, de Tony Ramos e Bety Farias à socialites como Bruno Chatobrian (que sabe lá quem lê Caras como se escreve, e que também só conhece essa figura de cabelo com mais gel do que a Bozano é capaz de fabricar quem, em algum momento, folheou atentamente aquela publicação de conteúdo... que conteúdo?). Fim de apresentação, confraternização vip, vinho de boa qualidade à vontade... já sabe onde terminou essa história né?! Na Lapa, complementando a bebedeira tomando cerveja na taça do vinho (sim, nós catamos, mas era de plástico, mais também era bonitinha, e também porque eu adoro raptar taças em festas! rs). Mas esse não foi o fim, depois de mendigar por um pouco mais do líquido amarelo, gelado e alcóolico à qualquer garrafa que passasse cheia na minha frente, voltamos pra casa rindo! Sim, esse é o fim, pelo menos o que eu relato aqui! rs

5.11.06

Obrigada Arnaldo Antunes

Vai sem direção
Vai ser livre
A tristeza não
Não resiste
Jogue seus cabelos no vento
Não olhe pra trás
Ouça o barulhinho que o tempo
No seu peito faz
Faça sua dor dançar
Atenção para escutar
Esse movimento que traz paz
Cada folha que cair
Cada nuvem que passar
Deixa a terra respirar
Pelas portas e janelas das casas
Atenção para escutar
O que você quer saber de verdade
Teria relmente que agradecer a Tyrone, que me apresentou o que mais me tem feio sorrir pela música brasileira. Mas agradeço ao Arnaldo Antunes pelas músicas/poesias que me fazem agradeçer por ter nascido aqui e poder ouvir a melhor das melhores músicas do mundo!
Essa música acima é "o que você quer saber de verdade", e é a que mais escuto em dias cinzas.

4.11.06

Muitas cartas, é isso o que mais tenho visto ultimamente. Todos, quase todos os joguinhos com baralho do computador tem sido meu passatempo anti-doce nos últimos dias. Isso mesmo, uma das únicas coisas que me faz esquecer a obsessão pela sacarose é o 13out, Bs, Cruel, Freecell, Terrace, etc. Mas também escrevo, e muito! Ganhei até um "caderninho" novo pra escrever os acontecimentos durante as férias terapêuticas. Além disso faço flores, muitas, todas de croché, coladas em tic-tacs, que me rendem uma graninha extra, graninha-inha, mas eu me divirto! Nos intervalos, planejo um lindo e prospero futuro, meu.