O problema não é esse. Talvez seja o cabelo mesmo. Mas até que agora acho que tá melhor. Mas nada já me importa tanto! O figurino ficou pronto e "a vitória de um homem às vezes se esconde num gesto forte que só ele pode ver". Foi sofrido, foi chorado, foi quase surtado, mas ficou pronto, e ficou lindo. Sempre precisei de agrados, elogios, mas pra ele tenho pouco me importado. Fiz meu melhor figurino e problema de quem não conseguir enxergar! Mas... já tão até dizendo que estou apaixonada por quem nem estou! Disse que ele é fofo sim, que dá vontade abraçar, que é sei lá, bonitinho, engraçadinho... e pirralhinho! Ficaria com ele sim, mas isso não quer dizer que, agora, eu goste dele, afinal, nem gosto de ninguém! E isso tem me feito mais falta que o ovomaltine do Bob's! Mas gostar de alguém pra que? É sofrido mas é tão divertido!!! Ocupa tanto o meu pequeno espaço de ócio! Faço novos planos então, leio minhas Tpms, jornais antigos, livros comprados a R$ 1,00 na feira de livros que fica pela cidade, imprimo currículos, distribuo por aí, sonho com um novo emprego... E mesmo sendo contra essa lei idiota de que "o que é difícil é mais gostoso", acho que algumas pessoas mereciam passar por alguns perrengues pra dar valor ao que tem. Tem-se tudo muito na mão e não faz idéia do que é correr atras! Raiva, muita raiva, vontade sumir, sumir comigo e com essa gente reclamadora de barriga cheia! Mas sumir pra lados diferentes. Tá pensando que vai ser sempre fácil assim? Pode até ser que seja, mas isso aqui é uma cidade grande garota, tem armadilhas onde menos se espera.
Meu olho vai fechando. É sono. Vou sonhar com um guarda-roupas que me leve à Narnia e de lá não ei de voltar! Vou ter altos papos com o stylist da Feiticeira Branca e descobrir como se desenvolve tantos figurinos maravilhosos!
Dormir e só. Agora.

Poucas coisas se comparam a levar alguém que gosto a um lugar que adoro! Nesse sábado apresentei o CCBB, o Paço Imperial e o centro do Rio pra Cláudia. Acho que ela gostou. Fez as caras mais fofas e novas vendo as exposições, achando um cinto da Betty Boop que cabia em sua cintura e comprando blusinhas lindas numa promoção da C&A...
Agora elas foram embora, ela e Carla que ficaram uma fração do fim-de-semana aqui, e fico querendo que todo mundo more no Rio comigo, ou então que todas as cidades tenham essa atividade cultural que tenho aqui! Não posso ficar pensando muito nisso senão fico presa nessa cidade pra sempre, não que isso seria ruim! Gosto do Rio, e desse apartamento, como já gostei de poucas coisas na vida.

Escolhi morar no Rio com uns 17, 18 anos e, a partir daí, todas as poucas coisas que fiz foram em função de sair de Friburgo e vir pra cá. Minha carta de alforria? O vestibular! Só ele poderia me tirar daquela cidade. Meus dois últimos anos de colégio foram só lágrimas e livros, com pausas para as zonas que me rendiam até suspensão das aulas. Chorei e estudei tudo que pude. Passei e vim. E lá se vão seis anos. Já morei em quatro lugares diferentes, passei perrengues dos mais variados, convivi e dividi quarto com pessoas que nunca tinha visto antes, estudava o dia inteiro e almoçava às 5. Mas mais do que isso, eu aprendi a andar sozinha por lugares que nunca tinha ido, aprendi a abrir lata com abridor comum (pra canhotos isso é uma grande vitória!), conheci pessoas dos mais variados tipos e descobri que não sou a única estranha no mundo.
Agora já sou daqui! O Nando já até disse que estou com o sotaque deles! Acho que não. Mas quando era criança li uma placa na Av. Brasil assim: "se você ama o Rio, já é carioca". Então eu sou!

Mas bem... do mini-apartamento já vou ter que sair no ano que vem (o contrato acabou e vamos nos "dividir"). Da cidade? Não posso prever!

Se o mundo da voltas. Ele, ele mesmo, o mundo, que é muito maior que eu, muito mais pesado e mais redondo que eu, consegue dar voltas, porque eu teria que ficar parada aqui? Dar voltas irei eu também! Ora!

simples de mim

Gosto de fechar os olhos ao entrar no túnel e só abri-los ao sentir a claridade. Gosto de passar pela pista de dentro da Praia de Botafogo contando quantas vagas há. Gosto de ver os números passando nos sinais de transito cronometrados e sentir aquele nervosinho sem saber se vai dar tempo de passar. Gosto de sentar no banco alto do ônibus e poder olhar melhor a rua e as pessoas à minha frente. Gosto de olhar pro papel e ver o melhor figurino que já desenhei nos últimos tempos, e conseguir reconhecer isso! Gosto de lembrar que passei em primeiro lugar no vestibular da UFRJ quando todos os professores dos meus quatro anos de segundo grau me consideravam burra e incapaz. Gosto de crianças inteligentes e engraçadas. Gosto de ter nascido numa família aparentemente comum mas que se reúne muito e é engraçada como poucas. Gosto de andar a toa com o Nando quando estou em Friburgo numa na segunda-feira. Gosto de ver Carla e Claudia de blusas coloridas. Gosto quando minha irmã diz: "ainda bem que você existe"! Gosto de ir ao supermercado comprar cachaça porque as pessoas irão se arrumar lá em casa pra alguma festa. Gosto de piercings, tatuagens e cabelos coloridos em pessoas legais. E gosto de pensar listas como esta quando não estou me sentindo num dia feliz.