27.7.08

O que acontece exatamente eu já nem sei. Sei que meu pé dói mais quando tô lá, meu nariz entope mais, minha garganta arranha, meus joelhos sentem frio. Sei que não gosto e pronto. Que não posso ir com muita frequência senão piro. Piro tanto que revejo filmes sem lembrar que já os havia visto. Piro achando que não tenho amigos porra nenhuma, que a solidão é a única verdade e que, não tentem me colocar de novo em uma multidão, senão entro em pânico.
Eu fiquei tão ridícula que não gosto mais da cara de ninguém. Sinto nojo dos caras chegando nas meninas. Julgo as pessoas pelo lugar onde elas nasceram. Eu tô tão ridícula que já não me aguento em mim. Acho todo mundo feio, brega, desafinado. Sonho com o isolamento às margens do Rio Negro. Só comidas vegans, jacarés e mosquitos. O mesmo desespero e desgosto daqui.

21.7.08

verdades minhas

Nem todas podem ser loiras.
Cachorros não são crianças.
Cabelos lisos não são a única forma de beleza.
Não gostar de mudanças é monótono.
A ditadura da magreza é falsa.
Cidades grandes tem mais vida que cidades pequenas.
Todo mundo gosta de arte, mesmo que não saiba.
Ouvir música alta é brega.
Estudar muito é coisa de gente louca.
Só os curiosos aprendem.
Quem acredita que "o mundo é dos espertos" não merece meu respeito.
Nenhuma ansiedade compensa.

13.7.08


Naquele momento, quando as luzes se acendem, a música começa, os corpos se agitam... é naquele momento, exatamente naquele momento que eu tenho certeza absoluta de que eu sou isso. Esqueço de todas frases que já disse reclamando ter escolhido a arte e sei que, não ia adiantar nada ter estudado qualquer outra coisa, a escolha foi feita antes mesmo de eu me dar conta disso, foi a arte quem me escolheu.