Se eu choro muitas questões minha imunidade baixa.
Se minha imunidade baixa eu fico doente.
Se eu fico doente fico triste.
Se fico triste choro e faço muitas questões.
Se choro muitas questões minha imunidade baixa.

Hoje é só segunda-feira e eu já costurei uma bolsa, uma capinha pro celular de Carla e comecei a fazer uma escultura pra expor no CAEBA. Ainda é segunda-feira e eu já tomei um bolo num encontro, pensei em outro boa parte do dia e saí de casa com a chuva caindo forte pra fazer analise. Segunda e eu já me esqueci da aula de yoga, assisti uma aula do Charles Watson e contei pra uma amiga que não há nada no mundo que eu queria fazer mais do que figurinos. Hoje é apenas segunda-feira e eu já comi mais do que precisava, já morri de frio no rosto com a ventania pela rua, adicionei muitos novos amigos no Facebook e comprei um esmalte.
Só uma segunda-feira aparentemente movimentada e eu nem tenho motivo pra reclamar. A vida vai voltando a ter seu curso normal e, o que eu devo fazer com isso?

A palma da minha mão estendida. Não é ele que se aproxima pra segurá-la. Minha palma da mão continua estendida. Quase qualquer um pode segurá-la, quase qualquer um. Mas eu logo pedirei para largar. Podem me falar coisas na tentativa de segurá-la por mais tempo. Podem fazer promessas e tentativas de interpretação das minhas linhas. A palma da minha mão continua aberta e estendida. Ela espera por ele. Espera após um chat do Facebook? Nada me parece pouco quando é com ele. E eu já nem gosto mais, nem penso mais... Nem pensava mais. A palma da minha mão continua estendida. Ele soube que era pra ele e não quis segurá-la. Não segurou. Também não disse que nunca segurará. Todos os meus pensamentos em torno dele são adjetivados. Lindo. Outro rodeia minha mão estendida. Outro sem adjetivos. Eu não gosto dele mais quase posso dizer que o amo quando a rádio toca essas músicas. Lindo. Ele me chama de “figura” e eu grito pela casa. Cada nova mensagem banal trocada e um grito na janela: O F... ta falando comigo! O F..., ele mesmo, ta falando comigo! Penso que ele é lindo e todas as coisas mais bregas que se possa pensar. Não sei quantas vezes pensei que um cara fosse o Homem da Minha Vida. Ele é um Homem da Minha Vida. Ele é o. Ele.

Eu tenho tantas questões que não consigo sequer formular perguntas.

Sempre que estou aqui vem a sensação de não pertencer a lugar nenhum. Fico muito tempo lá e acredito, com grandes forças, que sinto saudades da tranquilidade e da comilança que só tem aqui. Venho e não é bem assim. Come-se muito nessa casa. Eu como muito nessa casa, como e sinto raiva e culpa. Se eu não sou de lá, não sou daqui... não sou de lugar nenhum. Meus amigos estão aqui mas meu “sopro” está lá.