31.5.09

odeio domingo

24.5.09

"...Acho que estou pedindo uma coisa normal
Felicidade é um bem natural
Uma, qualquer uma
Que pelo menos dure enquanto é carnaval
Apenas uma
Qualquer uma
Não faça bem
Mas que também não faça mal
Meu coração precisa
Ao menos ameniza a dor
Que a vida não amenizou
Que a vida dor domina
Arrasa e arruína
Depois passa por cima a dor
Em busca de outro amor..."

21.5.09

Olhando de dentro parece que a polícia entrou só pra atirar. Que nenhum bandido vai ser preso nem o trafico vai ser extinto.
A impressão que se tem, ouvindo daqui de dentro, é de que a polícia entrou pra atirar, fazer as pessoas correrem, deixar as crianças sem aula, fechar o comércio, não deixar minhas alunas virem a aula.
Até que me desmintam, eu penso é que o BOPE entra pra espalhar o terror que já está mais do que espalhado. Aquele carro preto, aquelas armas nos apontando, as fardas horrendas... tudo é um filme de terror.
Quando eles passam acelerando nós somos a caça, todos nós, qualquer pessoa que ande pelas ruas de uma favela às 8 da manhã. Vamos ligeiras pra toca, nos escondemos no canto mais protegido e ouvimos o tiroteio matinal fazendo cara de "vai passar".
Eu tô agora segura. Minhas alunas, que não puderam sair de casa, continuam lá, em suas jaulas porque, cuidado, os caçadores ainda estão na área.

1.5.09

Tenho pensado muito em qual a grande diferença entre o que eu sou agora e o que eu era aos 18, 19 anos. Talvez eu fosse mais leve, como disse Carla certa vez. E ser mais leve engloba muita coisa. Diria que eu era menos ridícula. Chorava quase com a mesma freqüência que choro hoje, talvez hoje por um tempo mais prolongado, mas eu tinha menos certezas e ter certezas é a grande base do meu descontentamento.
Eu emagreço e tenho certeza que continuo enorme. Vejo alguém rindo na rua e tenho certeza que é de mim. Se chegarem muito perto, tenho certeza que é pra me fazer mal. Quando um homem me olha tenho certeza que está admirado com minha pouca beleza. Quando entrego um trabalho tenho certeza que o professor vai odiar. Preparo a aula pro estágio certa de que a coordenadora não vai aprovar. Escrevo um post e não publico por ter certeza do quanto ridículo ele é.
Sim, eu faço terapia, análise, ou sabe-se lá como se chama aquela coisa. Eu reclamo e falo de mim no ouvido de uma menina que eu não conheço e ela me ouve porque está é a sua profissão, como ela mesma já disse em um questionamento: “por que você vem aqui ouvir essas bobagens que eu falo?”.
Eu sou uma pessoa esquisita disfarçada de gente normal. Eu faço tudo, ou quase tudo, que “pessoas normais” fazem. Eu estudo, trabalho, como, cozinho, desenho, costuro, falo.
Talvez, se eu não tivesse tanta certeza que sou uma pessoa esquisita, seria uma pessoa normal.