18.11.06

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No Odeon, a minha sala de cinema preferida de todas em que já entrei na vida, sentada no meu lugar favorito, na parte mais altinha, que tem uma grade, que dá pra apoiar os pés e ficar muito mais confortável. Cinema lotado, os dois andares abertos para o público. Começa... toda a minha expectativa é pelo segundo curta da seção, "A Décima Vez". Minutos depois... "Agora!!! Vai começar!!!". Só três, quatro minutos que pareceram meia hora. Olhava aquela tela enorme e lembrava dos lugares onde comprei ou consegui emprestado cada uma daquelas peças, dos ajustes que foram feitos, do dia inteiro de filmagem, das piadas, das fotos, do Rafael (Raposo, ator principal do filme) cantarolando Noel Rosa pelo set e reclamando, mas brincando, porque o sapato estava apertado, da parede de papelão de Daniele, dos objetos de cena que foram comprados na feira de antigüidades da Praça XV, das idas aos brechós mais requintados ou remelentos, do cansaço às 2 da manhã desarrumando o set, da sensação de dever cumprido num dos dias mais felizes da minha vida. Agora estava tudo ali. Toda aquela gente vendo em poucos minutos o nosso trabalho. Uma equipe de nem sei quantas pessoas com muita disposição e quase nenhum dinheiro... "Os créditos!!!". As letras vão subindo... Figurino Patrícia Aguiar ... "Meu nome! Uhu! O melhor!!! Muito bom!!!". Eu e Daniele fizemos um coro, assim como acontecia ao final de cada curta, suas produções se manifestavam mais, gritavam e aplaudiam com furor, essa foi a nossa vez!
Como uma estreia? Não, diferente. Cada trabalho é um, mas cinema é grande de mais, é mágico de mais, é bonito de mais!

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Depois de ver meu nome e meu trabalho na telona, de assistir a muuuuitos outros filmes tão ou não tão legais... Lapa com Mani! Aí, então, eu vejo a Érika.

Você sabe o que é ter um ídolo? Alguém que você admira muuuito por alguma coisa que ela faça? Então! Aí você imagina que um dia vai falar muitas coisas pra ele(a), conversar, ver que ele é ídolo e real!? Pois é. A Érika, ex vocalista da Penélope, é uma dessas pessoas pra mim. Ela é linda, estilosa, era vocalista da banda que eu mais gostei por muitos anos da minha vida além de autora e interprete da minha "música mulher forte" (Mi casa, su casa). É, não sei se isso é comum, mais eu tenho uma música que me coloca pra cima em qualquer situação, se eu estiver triste fico feliz e se estiver feliz fico ainda mais feliz. É como um "mantra" pros momentos que percebo que estou forte, ou que preciso de força.
Essa não foi a primeira vez que a vi. Num show case na Fnac tirei fotos, ela autografou os cds, coisa e tal. Mas ontem, estávamos eu e Maninha ali, na Lapa, no lugar de sempre, tomando cerveja, fazendo dobraduras com os flyers e sentindo que o verão já está chegando ao Rio quando vejo a Érika! Demorei muito pra ter coragem de falar com ela. Carioca é muito blasé! Fica todo mundo nessa de "olha aquela, daquela banda! Olha o marido dela, do Autoramas!" mas continua todo mundo fazendo pose de "é normal ser famoso"! Demorei, demorei, pensei, fiz um barquinho de flyer, lembrei de Carla, que consegue ser fã/amiga dos seus ídolos com uma facilidade admirável, criei coragem e fui!
Dei o barquinho pra ela! Disse que era fã, ela elogiou meu cordão, disse que sou criativa... então trocamos um tantinho de palavras que pra mim pareceram um grande e lindo diálogo!!! Voltei ao encontro de Mani e fiquei feliz por ter sido tão boba e sincera, por ter não só visto como falado com a Érika, ter agradecido pela Penélope ter existido, ter perguntado do cd...!
Então a rua voltou a ser um pré-verão carioca, assuntos quaisquer, pessoas de sempre, pessoas novas... quando vejo a Érika vindo passando com os amigos por perto de onde estávamos. Tá. Tá nada! Ela falou TCHAU COMIGO e disse que O BARQUINHO ESTAVA GUARDADO, mostrando a bolsa!
Pra mim não parece, mas foi real. Acordei hoje e lembrei que ontem a Érika falou comigo, não mais eu com ela! E fiquei feliz.