21.8.16

Ele partiu, e nunca mais voltou...

Ele tava com a barba fechada. Todos aqueles pelos negros amontoados no queixo. Eu cheguei e fui com as mãos direto na barba. "Só não fiz a barba porque sei que você gosta. Deixei pra você". Eu sorri. Sorri porque ele me fez sorrir muito naqueles dias.
Foram quase dois meses afagos, abraços, sorrizos, comidas, companhia. O coração esquentava e a fome sumia. Eu sinto saudades. Hoje, só 3 meses depois, nos falamos quase nunca. Eu penso nele todos os dias, nuns mais, noutros menos.
Não me acostumo com a efemeridade dos meus relacionamentos. Não me acostumo com o sofrimento causado pela efemeridade dos meus relacionamentos.

27.6.16

Nada além de pessimismo

Rolo as fotos do Instagram... Muitas legendas declarando amor à vida, muitas... Eu me pergunto de onde vem isso? De onde se tira essa motivação, essa empolgação pra amar isso aqui?

Por que continuar insistindo se tudo te indica que dará errado? Pra que continuar tentando? Como podem achar boa essa sucessão de sofrimentos? Não é possível que seja ruim só pra mim.

17.6.16

Enquanto um calor estranho me toma o estômago imagino se ele pensa em mim ou não... Penso o quanto essa história sem romance pode ter um futuro... Penso que não deveria nunca mais mandar mensagens com qualquer sinal de carinho que seja... Penso que é bom gostar dele de novo mas é ruim gostar dele de novo... Penso ainda que minha presença pouco significativa pode ser fácil e rapidamente substituída... Penso diálogos que não chegaram a existir e talvez nunca se materializem fora da minha cabeça... Penso que aproveitar sem pensar no depois talvez não seja pra mim... e por fim, penso que nesta merda de vida eu posso ser aquela que não existe sem expectativas.

13.6.16

Dos longos amores reencarnados.

Ele me liga todos os dias. T O D O S O S D I A S.
Me chama se "sua linda", "meu bem" e "meu amor". Mas ele chama todos de meu bem...
Ele manda mensagens dizendo onde está, ou de onde está chegando.
Manda foto pra eu ver o corte de cabelo, foto dos gatos, foto do museu que foi visitar.
Ele quer saber o que eu faço, mas sabe que não me controla, ninguém me controla.
Pergunta pela minha dissertação, se mostra interessado com o que eu opino.
Ele me abraça quando aparece um barbudo vindo pela calçada.
Fala com intonação de ciumes quando digo que passei o dia na rua.
As demonstrações de afeto em público são raras.
Eu me reservo. Não sei o que me espera. Não sei.
É fácil gostar dele de novo, muito fácil pra mim. Ele sabe e joga com isso.
Nos falamos todos os dia, a um mês.
Mas eu não sei se ele sente algo por mim. Minha insegurança não deixa.
Eu gosto dele, não sei esconder. Ele sabe. Ele sempre soube.
Ele sabia que a hora que decidisse me querer eu estaria aqui.
Eu, com as esperanças já perdidas depois de 6 anos, ainda imaginava o mesmo beijo na nuca.
Ou o beijo que nunca.
E é com as ligações diárias e o abraço apertado no meio da madrugada espremida em uma cama de solteiro que eu me pergunto se, por bondade divina, esse amor poderia ser, um dia, recíproco.

20.5.16

... a liberdade de amar alguém, só pelo bem querer...

É possível apagar posts de amores passados. Posts sim, memórias não.
É possível reler posts de amores passados e não precisar revive-los. Amores que se esvaíram em dor. Amores que fingiram se realizar.
É possível entender, cada dia com mais nitidez, que o mundo realmente dá voltas. Que aquela história piegas de que aprendemos com os erros (sempre achei piegas) é real.

Eu esperei por alguns anos o dia que o beijaria. Esperei em vão. Parei de esperar a alguns anos. Somos amigos, por mais que ainda o adjetivasse internamente de "lindo", diversas vezes, abri mão de achar que o beijaria.

Beijei. 03/05/2016

8.12.13

Acho que por algum tempo eu ainda vou olhar os rostos dos motoqueiros nas ruas pensando que vou te ver. Por algum tempo eu ainda vou ficar com a garganta embargada quando tomar morango ao leite ou comer pizza congelada. Eu ainda vou te ver em todo homem negro que estiver tomando Heineken e vou respirar fundo se ouvir alguém sendo chamado de "zero zero".
Ainda não consegui apagar as fotos do celular. Não consegui parar de acordar no meio da noite e chorar. Vai doer por algum tempo ainda, eu sei, e essa dor é só minha. Dor de desilusão. Dor de planos desfeitos. Dor de quem acreditou ter encontrado alguém pra partilhar a vida e se enganou.
Eu aprendi muito com você. Aprendi a rever meus limites, aprendi a ser mais tolerante com as diferenças, aprendi a confiar...
Nada do que eu te disse nesse um ano que ficamos juntos foi dito da boca pra fora. Você foi o meu maior alvo de amor, você foi o presente que Deus me deu pra ser uma pessoa melhor no futuro.
Não te desejo nenhum mal. Espero que você seja feliz nesse caminho que você escolheu trilhar. Que Deus continue te protegendo, como fez até agora.

Ainda te amo...
Patrícia

27.5.13

   Eu passei muito tempo sozinha. Primeiro porque escolhi assim, preferia companhia masculina nenhuma a uma companhia qualquer, depois porque mergulhei fundo em um amor platônico por um homem que não queria de mim nada além do meu ombro amigo... Então cansei de ser sozinha, avulsa, descomprometida. 
   Chorei algumas noites de solidão – e ainda choro, pois ser sozinha, ou me sentir assim, é um traço da minha personalidade, infelizmente – até um dia ouvir, de um conselheiro, que se pode pedir a Deus, aos seus guias, ao anjo da guarda, aos santos ou a quem sua fé for mais forte, tudo que se quer, tudo que se precisa, pois o mundo espiritual está pronto a te ajudar, sempre, mas é preciso pedir! Sim, eu pedia saúde, pedia paz, pedia emprego... mas namorado? Minha única tentativa tinha sido frustrada. Pedi pra ser amada e fui atendida, mas eu não consegui amar quem me amava. “Você pode pedir tudo, tudo que você acredita que seja necessário pra te fazer feliz, desde que não prejudique ninguém, não faça mal pra ninguém... se for da vontade de Deus, o que você quer virá.” E o medo de que não fosse “da vontade de Deus” que eu fosse, novamente, feliz no amor?!
   Então comecei a pedir que me fosse apresentado um homem bom de coração, que me amasse e que eu o amasse, que ele me fizesse sentir querida, protegida e que esse fosse o meu último namorado, pois eu já estava cansada de ser sozinha (e dividir apartamento com muitas pessoas, e cuidar sozinha de tudo, e não ter companhia pra coisas básicas, ah, além de já querer ter filho). Eu pedi. Eu pedi. Eu pedi. 
   Então cheguei pra trabalhar um dia e você era o novo segurança da galeria. A gente foi conversando e cada novo detalhe seu que eu conhecia pensava: “Se eu fosse adolescente ficaria apaixonada por esse cara!”. O tempo foi passando e, alguns meses depois, eu, esquecendo que não sou mais uma adolescente, comecei a bolar estratégias para “pegar o segurança”. Todas falharam. Aí você me chamou pra beber uma cerveja na Lapa, já que eu tinha tido um dia estressante. Relutei (de raiva e charme) mas aceitei. 
   Bebemos, nos beijamos e eu fiz tudo que não se deve fazer em um primeiro encontro. Meu coração batia forte quando deitei pra dormir, mas não dormi. Pensei em você, em como seria no trabalho, em quando seria a próxima vez, em quanto tempo demoraria pra você falar comigo de novo. No dia seguinte eu sorria como uma criança com bicicleta nova. Você mandou sms e eu sorrindo. “Já era, eu gosto dele...”
   Na segunda vez que a gente saiu eu te disse que queria namorar, você disse que também queria e eu, bem lá no fundo, tive medo de tanta rapidez.
   
   Essa semana fazem 6 meses que isso tudo aconteceu meu amor. 6 meses que eu agradeço a Deus por ter atendido o meu pedido e ter colocado no meu caminho um homem exatamente como eu pedi: com um coração bom e que me amasse como eu o amaria. Você é meu último namorado, não porque é perfeito, ninguém é, mas porque Deus quis assim. Nesse pouco tempo juntos nós já tivemos dias difíceis, nós já nos afastamos e voltamos, mas nem assim conseguimos ficar longe um do outro. E toda vez que falo de você pra alguém que ri e diz: “É, tá apaixonada!”, eu respondo que estou sim, graças a Deus, que estou muito bem assim. Cada demonstração de carinho seu é, pra mim, a certeza de que se pode ter tudo que quiser. Você me dá força, me ensina a encarar a vida sem medo, me ajuda a deixar os traumas e as paranoias pra traz...
   Eu quero, todo dia, ser uma pessoa melhor, por mim e por você, porque o amor faz dessas coisas...

22.1.12

Atravessar a Cordilheira dos Andes por terra me fez perceber que eu, que sempre vivi entre as montanhas, nunca soube o que era uma realmente impressionante.

Minha primeira visão foi pela janela do hotel, pela manhã. Tinha um ponto branco, pequeno, sutil, quase invisível, que tentei inutilmente fotografar. Quando saímos com o guia para conhecer a cidade eu não acreditei no que via: um vulcão com muita neve. Chorei. Meu fetiche de viagem infantil era um vulcão, meu fetiche de viagem adulta é a neve. No dia seguinte entramos nas Cordilheiras. Tirei cerca de 400 fotos só na travessia, que durou mais de 10h, já que a aduana do Chile nos prendeu por umas 4h e meia! As cores são lindas, as formas são lindas, as texturas são lindas... A Cordilheira pertence àquele grupo de coisas em que é impossível descrever com palavras, com gestos, como for. Absolutamente lindo.

13.11.11

só falta te querer, te ganhar e te perder...

Ele me vem a cabeça toda hora. O rosto dele muito perto, muito perto. Me vem a cabeça o sorriso dele me olhando quando eu saí na portaria do prédio, ele dizendo que já queria muito, a muito tempo... Me vem a cabeça toda hora a visão dos olhos dele fechados enquanto eu mexia, feito criança, na sua barba. “Você gosta? Mesmo?” Eu gosto de barba, gosto da barba dele, gosto de poder abraçar e falar que é foda beijar o cara mais interessante da faculdade. Ele cora, não tem a amplitude da sua boniteza.


Eu tento escrever outras coisas, tento pensar em outras coisas, mas não tenho conseguido.
“Nem sei se era melhor nunca ter ficado com você do que ter experimentado e agora não poder mais.” Um namoro desses estranhos que se assemelham a janelas, abrem e fecham de forma que eu não compreendo. Fechou e ele, como o bom moço que eu sempre imaginei mesmo que fosse, não me abraçará mais, não me beijará mais, não me ligará mais porque não pode fazer isso, porque se o namoro é fechado, é fechado. “Eu prefiro ter experimentado”, respondi, "e sinto inveja dela".


Foi breve. O conheço desde o ano passado, converso com ele desde o início do ano, encosto nele desde o meio do ano, penso nele quase diariamente a mais de um mês. Convidei ele pra sair na segunda e ele se despediu de mim na quarta.


Se eu preferiria que nunca tivesse acontecido? Jamais. A minha felicidade de terça-feira anula toda, ou a maior parte, da tristeza de quinta.

6.11.11

21 out 2011 - eu invejo aquelas fotos

Não significa nada. Ele se encosta em mim pra falar, se encosta em mim muitas vezes. Passa a mão nas minhas costas, sorri largo. Não significa nada. Lembro a todo instante que ele tem namorada, e ela é bonita, magra... o facebook faz parecer que é. Não crio esperanças nem espectativa de nada. Mentira, adoraria ser agarrada. Ele só quer de mim o que todo homem quer de uma mulher, de qualquer mulher: sexo. Eu daria, mas sem garantias de que não me apaixonaria depois. Ele passa aquela barba negra e fechada no meu ouvido pra falar baixinho. Eu morro, digo que sinto nervoso. Nervoso!!! Falo de ex-namorado e ele diz que, se for bravo e vingativo ele vai ter que pensar antes de tentar alguma coisa. Cantada de leve? Talvez algumas palhaçadas que não sei, absolutamente não sei, se tem qualquer porquê de seriedade. Acho ele o cara mais interessante da faculdade já faz algum tempo. Ele é, outras também acham. Hoje ele tava com os olhos inchados de quem acordou tarde, cheiro bom de quem tomou banho antes de sair... Ele chega muito perto e eu fico inerte. Não sei como reagir bem a tamanha boniteza.