12.6.08

É dia dos namorados, pra mim a data mais chata desse extenso calendário comemorativo. Propaganda de corações, pessoas com corações, chatices de corações. Fazendo um parênteses indignado, esse ano a publicidade pegou pesado com a sexualidade, namorados que abraçam e dão flores estão quase extintos, o negócio é vender calcinha sensual, camisola sensual, uma porrada de coisas sensuais! Será que ninguém mais compra ursinho, ou vaquinha, de pelúcia? Ninguém além do Nando, que não é, nunca foi e nunca será meu namorado, mas é o homem que eu mais amo no mundo, e que fofo como é, e como gosta de ser chamado, ainda compra coisas não sensuais ou sexuais pra namorada!
Então sonhei com um ex-namorado que também era fofo, o primeiro que participou da minha vida e sumiu, não quis ser amigo, não quis contato, nunca mais quis me ver. Tudo bem, fui eu quem enjoei dele, terminei, falei que gostava de outro coisa e tal, mas... tá, acho q pra ele eu não seria mesmo amiga. Mas enfim, li na TPM e fiquei pensado que o ex-namorado é realmente um pedaço da gente que morreu. Esse levou 50% da minha adolescência com ele. Levou porque eu deixei.
No sonho eu só o abraçava, abraçava muito. E abraçar alguém é coisa rara pra mim, só com os amigos a quilometros daqui. Não gosto que me encostem sem minha total permissão, isso inclui não abraçar praticamente ninguém que não seja absolutamente querido.
Um sonho de abraços. Eu era eu mesmo, como tô hoje, muito diferente da Patrícia que ele amava, muito diferente mesmo, e ele uma versão idealizada, adulta, do ex-namorado que não se vê a dez anos. Mais inteligente, mais bonito, mais saudoso.
Acordei com saudades, mas não dele, que me foi muito querido, mas da minha versão mais leve, da Patrícia mais despreocupada e menos descrente que morreu com o tempo.