8.3.08

Eu imito a vida com um jogo de cartas e isso não faz o menor sentido pra ninguém que não seja eu. Eu corto o cabelo curto e demoro pra me acostumar sempre, mas não conto isso a ninguém. Tô com o colesterol estourando, a glicose alta e o triglicerídeo descontrolado, mesmo assim como fritura e doces, mas não deixo ninguém saber.
O limite entre o que é meu e o que diz respeito a mim eu não sei. Não sei nem direito quem sou eu. No dia seguinte do extermínio total aquele cabelo morto, acordo e não me reconheço no espelho. Acho que agora trocaram minha cabeça! Rir com vontade eu nem sei mais quando foi a ultima vez, com Carla talvez, ela me faz rir, é a pessoa mais engraçada que eu conheço, e esse é meu melhor elogio.
As aulas começam daqui uns dias eu nem animada estou. Como não? Não era isso que você queira? Minha mãe ri. Ri porque não sabe de nada. Nada. O que eu queira? Sei lá. Nem eu sei bem o que queria. Queria sair daqui, isso eu sei bem que queria. Queria voltar pra Cidade Maravilhosa e saber que não existe apelido mais bem dado. Então é pra lá que "me voy". Pra minha casa. Pra minha janela. Pro meu calor infernal!