27.10.07

O segundo ano talvez tenha sido a série mais divertida da minha dolorosa vida escolar.
Hoje, com um porque que não sei explicar, lembrei de uma menina que não lembro o nome, que morava num sítio aqui perto de casa, que fez uma festa completamente hippye e convidou a turma toda.
A minha sala era cheia de hippyes, que como todos os hippyes de hoje em dia, detestavam ser chamados de hippyes! Era tudo muito divertido. Eles tinham uma banda, tocavam violão no recreio, faziam do uniforme coisas que ninguém fazia. Eu adorava tudo isso, não só eu, acho que muito mais da metade da minha turma gostava muito deles.
Então, uma dessas meninas, que não lembro o nome, fez aniversário e convidou todo mundo, e todo mundo foi, o que foi ainda mais legal! Todo mundo em termos. Todo mundo que era gente boa! As menininhas da primeira fila que, educadamente, foram convidadas, não foram.
Lembro que era junho ou julho, fazia muito frio. Tinha vinho quente, chocolate quente e cerveja quente! Chequei com Clarisse e o povo já tava rodando em volta da fogueira, rindo, dançando... Depois de dez minutos já tava tudo muito engraçado, Clá queimou a língua com vinho quente, eu misturei, no mesmo copo, vinho com cerveja e pedaços de banana (acho que era banana), Nilsinho tentava, insistentemente, pular a fogueia...
Fiquei com o Geovane, que era um menino que eu tinha gostado lá pela sétima série, e tive a segunda-feira, logo após a festa, mais zoada da minha vida. Clá ficou com PC, que hoje já nem fala mais comigo (nem com ela, que tá em Curitiba) e morreu de vergonha depois por mal lembrar o que tinha acontecido, o pior, lembrava somente de não ter sentido nada porque a língua tinha sido realmente queimada pelo vinho!
A gente rui muito dessa festa no dia, nos dias seguintes, pelo resto do ano. Ficamos todos mais amigos e fomos muito mais zoados, como tinha realmente que ser, afinal, entre uma galera de 16, 17 anos, todo mundo é sempre zoado.