7.1.07

lua vermelha

Por mais estranho que pareça, é lá ao longe que parecem estar todas as coisas que me farão ser. Ao não suportar mais ouvir essa voz (s) me pergunto de quanto tempo mais e quanta coragem ainda precisarei desencavar do fundo das minhas mais profundas e obscuras entranhas para me dissociar disso tudo. Pouco, julgo. Ansiolíticos seguram a ansiedade durante a noite, mas os dias claros, frios, chuvosos ou quentes, são de uma amargura quase doce. Fugir disso aqui por um mês vai ser bom pra mim, mas quando fugirei definitivamente?
Arnaldo (Antunes) sussurra em meus ouvidos uma tranqüila-liberdade que me transcende, ou faz sabe-se lá o que, de mim. Um livro novo comprado bem barato na feira de livros me distrai. E quero me distrair?
Que gente é essa que me rodeia? As vezes me respeitam. Noutras me estapeiam silenciosamente, sem mover um músculo sequer que não os da face.
E já não suporto mais essa voz. Abstraio. DVDs, rádio, CDs, qualquer coisa que não me faça ouvi-la.
Não caibo mais aqui. Talvez nunca tenha cabido. Afunilou de mais agora, mas não se pode tomar decisões assim. Dinheiro, sempre ele.
3 e alguma coisa da manhã e eu só quero que o dia amanheça. Sou matutina. Gosto de luz natural. Penso melhor de dia, crio melhor de dia, nem que sejam fantasias aladas que as vezes ficam guardadas na gaveta do canto esperando o dia crucial da arrumação, onde será decidido o que realmente é sonho, o que é fantasia e o que é plano, obra a ser construída.
Complexo. É assim mesmo. Pois é, também preferia que não fosse.