23.8.08

Não sei e não tenho uma boa explicação que justifique uma bisbilhotagem no orkut do último homem por quem me apaixonei. Tudo mudou. Não foi semana passada ou à dois meses. Foram dois anos que se passaram, dois. A vida de todo mundo continua, a minha também... então por que eu vasculhei meus scraps mais remotos até encontrar a última pista dele, a única, e correr lá pra ver fotos? Não vi nada que não saiba. Ele tem um filho, uma mulher feia e uma vidinha banal. Não bastando, remexi o blog. "Arquivos de julho de 2006...", não melhorou, e eu sabia que não melhoraria, reler sentimentos passados. Não gosto dele, nem dele nem de ninguém, talvez seja esse o problema. Não gostei mais de ninguém.
Depois dele, mas não por ele, usei drogas - receitadas por médicos - com terríveis tarjas pretas, gostos horríveis e comprimidos gigantes. Não por ele, por mim. E essa é a questão, não gostei mais de ninguém, também por isso. Tanto remédio não me permitia gostar de nada. Não desenhava mais, não costurava mais, não reagia mais. Isso é tudo que eu lembro. Nem ao certo me lembro quantos comprimidos tomava por dia, quantas gotas de quantos frascos. Memórias relapsas e escassas. Não me fazem falta.