20.11.07

Musicas repetidas pedem para ser postadas. Eu não as obedeço.
Depois de um fim-de-semana de filmes, brigadeirão, choro, tédio e tudo o mais de sempre, senti muita saudade das minhas aulas de dança afro. Foi, com certeza, alguma reportagem na TV, com aquelas negras lindas e paramentadas dançando como só elas sabem, que me fez lembrar o chão de cimento gelado, o bonde de Santa Tereza, os guardas municipais olhando atentos e espantados e aquelas músicas deliciosamente batucadas.
Acordava cedo, subia o escadão, pegava carona no bonde e ia dependurada até o Largo dos Guimarães. Dançávamos muito, a professora, o namorado dela e eu, os únicos da turma. Durou pouco tempo, pelo menos pra mim. Crises alérgicas, principio de pneumonia... não dava mais pra pisar naquele chão gelado e úmido toda manhã de sexta. Então veio a mudança de cidade, ou melhor, as mudanças de cidades, e a dança ficou em Santa, onde deve ficar. Na simplicidade do chão de cimento, nas caronas de bonde, na professora simpática, nos olhares atentos.