23.8.07

Vontade escrever posts que rimam amor com dor e flor, ou qualquer outra coisa brega e sem sentido.
Também não sei porque comecei com essa frase, isso é ainda mais sem sentido. Talvez - quase com muita certeza - quem esteja sem sentido seja eu. E isso não é nada fácil de admitir. Dói no corpo, como tapas, chutes, socos. Quando a dor emocional dói no corpo, pelo menos a minha, é porque as coisas estão realmente feias!
Minha mala está pronta, mais uma vez. Agora vou em busca do espaço que sempre quis, da amplitude, da desarrumação. Sempre precisei de espaço pra viver, talvez mais que outras pessoas.
Cresci em um quintal grande, um sítio. Morei em uma casa espaçosa, até descer a serra em busca do conhecimento e da felicidade na "Corte". Feliz eu fui, mas fiquei sem meu querido espaço. Apartamentos divididos com estranhas, quarto dividido com anônimas. Mas eu vi o horizonte, por bons e difíceis sete anos. Aí não deu mais. Não deu pra ficar com a asa amarrada. Não deu pra engolir sapos. Não deu pra superar tudo só pra continuar morando na Cidade Maravilhosa.
Estou à deriva. E a maré bate forte, muito forte. Talvez por isso eu sinta dores. E percebendo que não é o meu grande momento de navegação, retorno ao porto mais seguro, esperando poder abrir de novo minhas asas, nesse quintal grande, nessa casa espaçosa.