6.8.07

Eu vi o sol nascendo por traz da Candelária, isso ninguém pode me tirar.
Criei exposições de desenhos no meu quarto amarrando barbantes e pendurando as folhas com pregadores de roupas, e isso é meu, ninguém pode tirar.
Chorei na adolescência pela incompreensão por minhas cores, mas cresci e as pude ter comigo.
Estudei na primeira Escola de Belas Artes do Brasil, e esse orgulho é meu, só meu.

Agora aqui, perdida. Recordo orgulhos passados, questiono orgulhos futuros.
É uma pena que não se adiante chorar por não ter nascido nos anos 50. Não só pela estética, que muito me agrada, mas pela facilidade de se ser mulher naquela época. Já tive muitos momentos em que glorifiquei todo esse avanço feminista, hoje, em especial, gostaria que a expectativa da mulher contemporânea continuasse a ser casar, ter um bom marido, filhos e uma casa pra cuidar.