13.8.06

sobre a brevidade da vida

Por mais que eu pense na morte. Por mais que à sinta presente, por mais que, às vezes, a deseje, é sempre pra mim... Vê-la tão perto, saber que levou alguém tão próximo, me parece estranhamente palpável e cruel.
Às vésperas do dia dos pais Aline e Vivi ficaram sem o delas, e, mesmo que nesses últimos anos ele não fosse mais nenhum pai exemplar, era o pai delas, o meu tio, que levava a gente pro colégio naquele fusca cor-de-abóbora quase fluorescente, que construiu a casinha de bonecas, com rodas, mais legal da vizinhança, que achava engraçado quando alguma criança enfiava o dedo num bolo de aniversário e que dava aquela risada, alta e espontânea, só dele. E, apesar desses últimos anos tortuosos, ele ainda era o meu tio mais alto e talvez o melhor amigo do meu pai.