11.7.10

Andando de volta pra casa essa manhã eu pensei em tudo. Todas as palavras que deveriam ser escritas, uma por uma, com vírgulas e reticências. Eu pensei tanto que apagou e agora eu não sei mais como escrever sobre tudo aquilo que te fez me dar um chocolate. Eu não vou mais saber descrever o amendoim sendo colocado na minha mão, como se nada de mais estivesse acontecendo entre a gente. Mas o que tava acontecendo entre a gente? Você sentiu aquilo ? Acho que todo mundo na roda sentiu. Todo mundo viu que a gente se olhava, mas ninguém viu você me dando um chocolate. Foi muito “namorinho de portão”, ou “você só dança com ele e diz que é sem compromisso...”, essa ficou na minha cabeça a noite quase toda. Eu não soube fazer direito, devia ter escrito meu telefone em um guardanapo vagabundo qualquer dentro do bar. Você me deu um chocolate sem ninguém ver, eu poderia ter te dado meu telefone, meu email, um beijo. Eu tenho de você agora um chocolate e uma confissão no abraço de despedida.
Aí cheguei em casa querendo ligar pra Michelly, minha amiga que sabe dar os melhores conselhos nessas situações, mas não liguei. E não gosto de ficar repetindo que eu sou boba, mas não soube fazer isso. Me senti no enredo de um pagode barato...
Ainda vamos nos ver e eu vou saber fazer direito, pode deixar.