18.2.10

Não bate um ventinho nessa cidade. O calor parece que vai matar qualquer ser vivo na superfície do Rio de Janeiro. Isso não é humano.
O carnaval acabou e eu continuo rouca, não porque me molhei nas mangueiras de Santa Tereza enquanto saracoteava nesse calor infernal pelos poucos blocos que tive disposição de ir, ou porque dancei e falei alto enquanto trabalhava nos bailes de carnaval do Rio Scenarium. Minha voz não é mais a mesma desde que vi o desfile da Mangueira ao vivo e entendi que todos aqueles trocadilhos terríveis fazem sentido: ver a Mangueira entrar (na avenida) é uma das coisas mais emocionantes que existe! Não tem pros carros gigantes da Grande Rio, nem pro samba impecável da Vila Isabel, muito menos pra tradição da Portela. A Mangueira provoca um tipo de euforia nas arquibancadas que me fez ser mangueirense desde a primeira infância. Gritei que “meu coração é verde e rosa” sem nem questionar se isso era realmente verdade.
Ela não ganhou, mas, mesmo não tendo visto a Unidos da Tijuca, acredito em quem viu e garante que o Paulo Barros foi impecável, e eu que já o vi algumas vezes ali na rua de baixo e pensei demais ao ensaiar um pedido de emprego, absolutamente não duvido disso. Mas... terá sido a Viradouro tão ruim assim? Fiquei com muita pena. Ah! E como pode um jurado não dar 10 a uma bateria??? Eu assisti as escolas de segunda feira e não teve uma bateria sequer que não me desse vontade chorar. Ok, eu choro a toa, mas é sempre lindo, liiindo.