27.11.09

Parece que não é verdade. Isso piora tudo.

Eu ainda penso nele quando vejo caras baixos pela rua. Isso poderia ser uma grande piada, isso vai virar uma piada um dia, mas agora não é. Eu, que sempre gostei de homem grande, agora reparo os do meu tamanho com outros olhos. Me sinto ridiculamente fora de época por ter me apaixonado por um cara que nem me beijou. Um romance anos 50 mal sucedido. Talvez pareça mentira porque na hora, lá no dia da festa, no grande tempo que a gente teve de se conhecer, parecia que ele não estava tão “nem aí” pra mim. Não, não foram meus “olhos de pidona”, mesmo sabendo que começar a frase com um não duplo pode indicar sim. Comentou-se que “eles se entenderam bem”. Num diálogo anos 50 isso seria: ela gostou dele e ele dela. Mas quem estava, ou está, na década e no século errado sou eu. O comentário dele feito através da “dona da festa” alguns dias passados foi: “Não senti nada”. Duvido. Entre sete da noite e sete da manhã duvido que ele não tenha tido vontade me pegar nenhuma vez. Teve, mas foi pra casa e passou e eu, de indumentária contemporânea, sem meu piercing que adornou meu rosto por mais de seis anos e pediu a poucas semanas pra ser retirado, com minhas tatuagens e todo o meu melhor discurso, me encantei e voltei pra casa pisando em nuvens. A boba fui eu. Tão boba que uma semana depois ainda perco meu tempo escrevendo sobre isso. E por que eu escrevo? Pra que? Porque eu acho que assim como falar, escrever esvazia.