13.8.09

Se eu respirar muito forte meu pulmão explode. Ele tá sadio, pelo que eu sei, meu corpo é que não aguenta tanto ar. Tantas apnéias durante a noite me fazem diminuir a capacidade respiratória pelo resto do dia, mesmo que os médicos digam que não é bem assim. Eu respiro menos, durmo pior. Coragem pra operar eu já até criei, mas o tempo vai se estapiando e não abre os dois meses suficientes pra isso. Vou saindo desse estágio que me sufoca. Mas sufoco não deveria ser o meu problema, afinal, eu me sufoco toda noite. Na polissonografia foram 8 paradas completas e 50 paradas de 70% da respiração. De sufoco era pra eu estar completamente acostumada. Segundo a otorrinolaringologista, se dormindo num lugar estranho eu parei de respirar 8 vezes, imagina dormindo relaxada em casa? Quantas vezes afinal eu morro por noite? Sei que é o suficiente pra acordar exausta em algumas manhãs.
Viciada em Tié, cantarolo as músicas que nem aprendi direito antes de dormir. Eu tenho tido medo, de tudo, de fantasmas à mudanças. Penso constantemente que daqui a pouco já tenho 30 anos e o que eu fiz da minha vida? O que eu fiz? Onde foi que eu errei? Em que parte eu fui idealista de mais, utópica de mais, realista de mais? Fazer balanço de vida é coisa de velho, ou de gente que pensa de mais. Acho que eu estou nas duas alternativas.