23.6.09

Fico chateada com coisas banais e não me dou direito a isso. Coisas banais como sempre me interessar pelo cara errado, errado mesmo. Não um cara "erradinho", mas um cara com impedimentos fortes, tipo, não gostar de mulher!
É de rir mesmo. Rir até chorar! Rir tentando entender por que um cara que gosta de caras dá mole uma tarde inteira pra uma pessoa que ele não vai "pegar"? O pior, rir porque, com o meu faro mais apurado para gays, não ter percebido, em momento algum, nenhum, de forma nenhuma, que ele gosta da mesma coisa que eu. Rir de raiva porque quem te apresentou jurou que ele era hetero, talvez pra sacanear, talvez porque é louco, talvez porque sabe que eu sou boba, talvez porque nunca imaginou que eu viria pra casa e sonharia com ele a noite toda.
"Sejamos sinceros: ele come mulher e homem!". Sinceridade, pra mim, seria ter dito isso na cara, na hora que ele saiu de perto e eu perguntei: "É gay?". "Não!", fazendo uma contorcida cara de negação, "é hetero!"
Pra mim, que sou boba, é motivo pra ficar interessada num cara que diz que não vai deixar o gato chegar perto, quando um aparece no alto de uma marquise, me encarando, e eu confesso morrer de medo e alergia. É motivo quando, numa roda com cinco pessoas, ele dirige todas as falas a mim, olha pra mim a cada cinco segundos, ri de tudo que eu falo - quando é essa a intenção - e faz comentários mostrando interesse em qualquer coisa que eu diga que faço.
Se o meu dedo podre cair eu nem me admiro mais.
É muita falta de sorte nunca conhecer um homem gentil, educado, interessante e hetero!