11.4.09

Quando criança, estas épocas do ano com grandes feriados eram sinonimo de casa cheia. Sempre tinham crianças da família que vinham dormir aqui pra brincar. Mas Carla sempre foi a mais frequente. Pra ela não era preciso um feriado, qualquer fim-de-semana podia ser um dia de dormir na casa da Dinda! É difícil saber do que a gente mais brincou. Eram muitas árvores pra subir, e cair, muita terra pra fazer lama, muita flor pra enfeitar os bolos, de terra, dois joelhos pra esfolar, cotovelos pra ralar e grama pra rolar. Grama! Das “merdas” que a gente fez, rolar na grama foi, com certeza, a mais traumática! Eu nunca, nunca senti tanta coceira na minha vida. Não dá pra contar quantos banhos a gente tomou, quantas vezes mamãe passou álcool em cada marca vermelha gigante que aparecia pelo corpo, quantas vezes a gente teve vontade chorar!
E sei lá quantos anos se passaram. Eu e Carla já não rolamos mais na grama, pelo menos não na que tem na frente da minha casa, mas ainda nos vemos nos feriados e fins de semana que dá, agora pra conversar e rir, rir mais que se pode rir com qualquer outra pessoa.

Se existe reencarnação, quero voltar sempre perto dela.