14.1.09

Acabaram de plantar duas árvores na minha rua. Ótimo. Acho ótimo que se plantem árvore... mas elas apareceram por aqui já com 2 metros de altura e uma gradezinha em volta! Eu gosto de saber que árvores foram mudas. Que eram pequenas como qualquer matinho por aí e que os anos foram se passando até que chegasse ao tamanhão que está.
As crianças dessa cidade devem pensar que árvores aparecem no mundo já com 2 metros de altura e, se bobear, com grade em volta!
Eu e minha irmã, já faz um tempo, passamos dias comentando coisas que pessoas que sempre moraram na “urbanidade” não sabem... como dobrar uma folha de mato pra sentir o cheiro, sentir o cheiro e reconhecer a planta por isso. Cultivar temperos no quintal e tê-los sempre fresquíssimos pra cozinhar. Saber que horas são, num dia de sol, observando as sombras que se formam... e um tanto mais de outras coisas.
Por muito tempo quis tirar o “ranço de roça” que permeia minha vida. Não mais. Ter morado 19 anos no meio do mato faz de mim, pra sempre, uma pessoa diferente dos cariocas criados no binômio shopping-praia. Já me disseram, em outras épocas, que esse era meu diferencial e que poderia ser usado todo ao meu favor, eu, na época, não acreditei.
Eu não me orgulho da cidade de onde vim nem acho que deveria, me orgulho da criação, que não cabe agora julgar perfeita ou não, que fez da minha infância o trinômio terra-árvore-rio.


(perdoem-me se algo não corresponde as novas regras ortográficas!!!)