6.5.07

Por que as pessoas casam eu ainda não sei, mas elas casam e convidam uma multidão de gente pra ver toda aquela cerimônia... e depois pra festa... festa de casamento! Os doces são sempre maravilhosos, a comida nem sempre e o DJ...

Mas sentada numa dessas mesas que cabem oito pessoas, justamente numa festa onde você está só com pai, mãe e irmã, ou seja, vai ter que fazer cara de tacho ou conversar com alguém que você faz muito pouca, ou nenhuma, idéia de quem seja, vê-se os salgadinhos passando, as bebidas passando e, a vida passando! Pois era Rodrigo, grande, enorme, imenso (talvez como todos os outros, e acho isso muito bom, passionalidade ilimitada) amor do passado, um dos garçom que insistiam em não servir a nossa mesa. Maninha insistia que eu tinha que falar com ele, eu tinha que falar, mas cadê que aparecia uma oportunidade!? Ele nem esboçava chegar perto da nossa mesa, que a essa altura já tinha se integrado com os dois pares de padrinhos que sentaram-se conosco, bem, pra falar mal de alguma coisa as pessoas ficam amigas muito rápido! Era impossível não se incomodar com o "embromeixon" do vocalista da banda que aparecera como, sei lá o que, no palco.
Mas Rodrigo lá, de um lado pro outro, ele e todos os seus outros amiguinhos garçons, todos de preto, arrumadinhos... e nada de comida pra nossa mesa! Chegamos então a conclusão de que tínhamos sentado no setor light do salão!
Mamãe, como toda boa e "velha" mãe, completamente impaciente com e situação, começou a chamar todos os garçons. E nada! Vem Rodrigo então servir a mesa a nossa frente, talvez estivesse até de olhos fechados pra não ter que me encarar. Mamãe, melhorando muito a situação, começa: "Ei, menino! Ei!!!" Ele mal olha na nossa direção, e ela: "Nem chamando eles vêm, olha só! Eeeei!". O que passava pela cabaça dele naquela hora!? Além da vergonha que já tava de mim, ainda tinha que ouvir minha mãe chamando por ele sem para! "Meu Deus, vão me forçar a casar!" Tadinho!
Minha mãe então, cansada de chamar pelos garçons, foi à chefe do buffet, só aí então, depois de boas horas sentadas naquelas cadeirinhas, saboreamos uma coisinha qualquer. Então surge, por detrás das minhas costas, uma bandeja com minúsculas empadinhas, Maninha ri, me cutuca, então reconheço a voz! Mas como eu me viraria mais de 180 graus pra falar "OI". Não deu.
Altas horas da festa, não tendo como evitar, ele vem nos servir pelo outro lado da mesa, então sorrio e ele corresponde, louco de vontade sair correndo, mas ainda fica vermelho o suficiente pra eu ter certeza de que continua tímido como antes e lindo como sempre.
DJ de casamento tocando, pessoas muito felizes com tanta cerveja e drinks de vodka, dançando como se a música estivesse boa. Sem álcool não dá, não entro numa pista dessas de cara limpa, e sem poder beber, faço companhia aos anciãos que também não beberam o suficiente.
Chega, pra casa por favor!
Nos despedimos de recém-casados, pais, amigos e toda sorte de gente que ainda restava no salão. Rodrigo continua seu trabalho pelas mesas e eu volto pra casa sem saber onde foram para todos aqueles sonhos de ser músico, DJ, dançarino ou qualquer coisa que envolvesse música! É passado.